segunda-feira, 26 de maio de 2014

Viagem a Marrocos - Pascoa 2014


Relato de Viagem a Marrocos - Pascoa 2014

Prefácio

Apesar de já ter estado em Marrocos há cerca de 25 anos, por motivos profissionais, esta minha vontade de voltar, agora para fazer turismo, estava também ela carregada de alguns receios, o que me levou a tomar a decisão de ir sim mas em grupo. Assim a oportunidade surgiu; com um roteiro feito para um grupo de amigos, por um amigo que conhece bem Marrocos, começamos a preparar a viagem e lá  fomos. 5 Autocaravanas (ACs), 11 pessoas.
O Roteiro para 10 dias privilegiava a montanha e o deserto: Chefchauen, Azrou, Erfoud, Ouarzazat, Marraquexe e regresso por AE com pernoita em Asilah, porque era urgente para alguns voltar ao trabalho.

Preparativos

Compra-se o mapa de Marrocos em papel. Carrega-se o mapa do norte de Africa no GPS (loja  GPS: http://www.lojagps.com/catalogo/contact_us.php ) carrega-se os POIs do Campingcar infos:  (http://www.campingcar-infos.com/index1.htm ) com todos os parques de Campismo e parques de Estacionamento,  por precaução também se imprime tudo em Papel e dá-se uma vista de olhos aos comentários sobre os diversos parques.
Para a preparação da viagem: o guia Campings du Maroc  http://www.extrem-sud.com/guides/10-campings-du-maroc-et-de-mauritanie.html  assim como o guia Michelin também foi bastante útil.
Consultando os sites abaixo, também, tiramos  informações bastante uteis  sobre Marrocos
Ainda algumas pesquisas em fóruns Franceses.
Isto tudo em Francês que é também essencial para nos governar-mos em Marrocos.
Como vamos entrar em Marrocos? Por Tanger Med. É actualmente a melhor opção porque o Porto é novo, e o controlo de polícia é feito calmamente no Ferry. Preenche-se a ficha de polícia entrega-se, é-nos atribuído o Nr. de Polícia e ficamos com o passaporte já carimbado.
Uma formalidade importante é o documento de importação temporária da Autocaravana o modelo D16 que pode ser preenchido em: http://www.douane.gov.ma/ ( D16 ter) depois imprimido em triplicado (só uma folha A4) os 3 são entregues na alfandega  à entrada, 2 devolvidos  carimbados; à saída os dois são entregues novamente na alfandega, 1 é nos devolvido com o registo da data de saída, o qual convêm guardar porque se houver qualquer falha pode provar que o veiculo saiu.
A questão dos bilhetes, foi tratada com a agencia “ Viages Normandie “ que tem uma tarifa promocional para a chamada época baixa “ 185.00€ AC +2 pessoas”  ida e volta, bilhete open, mas com reserva do Ferry para a ida.   http://www.viajesnormandie.net/situacion-agencia-viajes-algeciras.htm  O contacto com eles neste caso foi em Espanhol mas também pode ser em francês. Não sei como funciona em português mas creio que também será possível.

A VIAGEM

9/4- Chegada a Palmones/ Algeciras depois de almoço e já a simpática funcionária do Sr. Gutierres nos esperava para entregar os vouchers dos bilhetes, que haviam sido reservados. Pagos os bilhetes, foi esperar pelos restantes companheiros que, chegaram mais tarde e ai perto passamos a noite num parque de estacionamento gratuito.



10/4- Algeciras - Chefchauen

Ás 7.00 da manhã já nós estávamos no porto, (cord.: 36o   7.801’ N – 5o 26.512 W ) o Ferry das 8.00 acabou por sair às 9.30. No ferry com as fichas de policia já preenchidas cumpre-se a primeira formalidade com apresentação dos passaportes e entrega das fichas. Chegada a Tanger-Med;  na alfândega logo aparecem uns simpáticos marroquinos, que nos foram arrumando perto uns dos outros para que saísse-mos dali todos ao mesmo tempo. Como era a primeira vez que ia-mos a Marrocos, além da alfandega,  ainda tivemos que ir a um guiché da polícia antes do controlo da alfandega. Claro que os simpáticos marroquinos foram logo pedindo uma coleta para o grupo, e então 10.00€ foi a contribuição do nosso grupo. Lá ficaram todos contentes. O oficial da alfândega, lá carimbou os modelos D16 e passado pouco tempo já estávamos a sair da alfandega. Passados 200 metros os postes de câmbio esperam-nos para cambiar dinheiro “10.958Dh/1.00€
De seguida alguém que está por ali, faz-me uma proposta de venda de um cartão SIM por 100.00 Dh recarregável, para o telemóvel desbloqueado, que já levava comigo. Depois de verificar se funcionava, despedi-me do homem e posteriormente fui ver o saldo (114.00Dh) Foi o meu telefone enquanto lá estive, que para falar para Portugal saiu a cerca de 0.40€/minuto (o rooming sai a 2.50€ / minuto) uma outra opção é comprar um cartão da Marroc Telecom e nas cabines que há muitas, fala-se para Portugal a 0.12€ /minuto 
Á saída do porto, um peditório para os Bombeiros, fomos logo cravados. Poucos Kms à frente, na AE abastece-se as ACs (gasóleo a 9.35Dh) e segue-se viagem até Chefchauen.
Com cerca de 40km de AE mais 70 pela N2 chega-se a Chefchaouen ,vila típica de Marrocos que reza a história serviu de base para combater o avanço dos Portugueses. Logo à chegada a Polícia informa-nos que o melhor será irmos para o Camping. Como tínhamos referenciado um Parque que ficaria perto do Centro tentamos, mas não foi possível e ai as 5 ACs lá tiveram que fazer uma inversão de marcha com os policias a ajudar no meio da confusão e lá vamos nós para o Camping do qual não tínhamos boas referências  e que acabamos por confirmar. No entanto apesar de tudo velho não estava sujo.
Pela tarde descendo a encosta desde o Camping até à vila. Quando as várias mesquitas começam a chamar para a reza, sentimos que estamos num mundo muito diferente do nosso.
Entra-se na Medina e vagueia-se pelas ruas e para-se na Praça Central para um repousante chá de menta. O empregado muito decidido junta logo 2 mesas para dar para todos e exclama “pão pão, queijo.” Quando lhe perguntei como sabia que éramos portugueses, respondeu que percebeu logo que nos viu. Sentimo-nos em casa! Depois de algumas compras e um passeio pela vila, o regresso ao Camping num táxi, que nos transportou em duas viagens por 50.00 Dh cada viagem.

11/4 – Chefchaouen -Azrou  
 
Por: Ouezane, Meknése e Ei Hajeb; onde, segundo dizem se pode comprar umas excelentes garrafas de vinho marroquino.
Passeio agradável atravessando o médio Atlas, a altitude máxima foi de 1485mt. Com uma paragem para almoço, e outra para apreciar a vista do miradouro de Ito. Chega-se a Azrou quase ao fim da tarde, é dia de Souk, o largo, com a cidade e as montanhas como cenário de fundo, repleto de pessoas e de coisas novas e usadas para vender tem ao fim do dia um certo encanto que quero guardar em fotografia. Pego na máquina e faço duas fotos, eis então quando um individuo, todo irritado começa a atirar-nos pedras, não querendo fotografias. Suponho que pensou que eu estava a fotografar um grupo de mulheres que se dirigiam em nossa direção. Guardei a máquina e tudo serenou! Esta ficou registada!
 Na estrada de Ifran a 4Km de Azrou http://www.camping-morocco.com/location.html  o Eurocamping foi o nosso local de pernoita.
Combinamos com o Sr. Halid o gerente do Camping, o transporte para no dia seguinte visitarmos a floresta dos Cedros. Assim com a maior das simpatias, em duas viagens nos levou ao destino, a cerca de 3 Km usando o seu carro (no fim pediu-nos apenas o dinheiro para a gasolina)
12/4 – Azrou e Ifran
Passeio pela floresta dos Cedros com um guia contratado no local, que começou por pedir 500Dh, mas com o negociador do nosso grupo, a entrar em acção, acabou por fazer por 100Dh  É um passeio agradável, onde se pode observar os macacos que vivem na floresta. Com o Sr. Halid a nos transportar para almoço em Azrou, ai almoçamos umas tagines, cous-cous e umas espetadas . Mais ou menos 65Dh/pessoa. A parte da tarde, foi para um passeio a Ifran, a cidade considerada a Suíça de Marrocos. Em tudo parece uma pequena e moderna cidade do norte da Europa. Algumas compras e um passeio agradável, com o transporte assegurado por dois velhos táxis mercedes 240.

13/4 – Azrou - Merzouga  aprox.400Km

Passando por: Midelt, Gorges du Ziz, Er-Rachidia e Erfoud.
A saída do Camping foi cedo, pois eram muitos Kms para fazer e com algumas paragens. Retrocedemos cerca de 10 Km para fazer um percurso pelo vale do Ziz junto ao palmeiral, onde pela 2ª vez cruzamos com um grupo de 13 ACs Italianas que faziam o percurso com um Guia.
Quando chegamos a Merzouga, a AC que seguia na frente teve que se libertar dos angariadores que tentam indicar-nos um Camping para ficarmos. Mas a decisão já estava tomada e fomos ficar no Camping Auberge Les Roches . mais uma vez o nosso negociador entra em ação para ajustar o preço do jantar que desta vez saiu a 80Dh por pessoa mas com direito a uma actuação ao vivo, de musica Berbere. Gente simpática e acolhedora!
Estamos às portas do deserto, digamos assim e contratamos 2 veiculos TT para um passeio no dia seguinte.

14/4 – Merzouga e deserto

Ás 7.00 da manhã umas fotos do nascer do sol e ás 9.30,  já as viaturas nos esperam para a descoberta do deserto. Conhecer uma antiga aldeia abandonada, uma velha mina de chumbo e descobrir alguns crustáceos marinhos fossilizados. Bem longe do mar, no meio das rochas. Parece que é um verdadeiro paraíso para os geólogos, também fascinou alguns elementos do grupo. Terminando o passeio com uma visita a uma tenda dos nómadas. Foi agradável o passeio e depois foi recuperar forças com um almoço na vila, mais uma vez negociado para 11 pessoas. Almoço um pouco demorado mas bem servido. Tarde para descansar.

15/4 Mergouga – Ouarzazate 400Km

Por: Tinghr, (Com desvio para visitar as gargantas do Todra) -  Boulmane Dadés, (com desvio para visitar as gargantas do Dadés) – Kelaat e M´Gouna
Quando o sol nasce,  já nós estamos de saída porque o dia vai ser longo. Foi um bonito passeio apesar de muito cansativo, pela sua extensão e qualidade das estradas mas vale a pena!
Chega-se a Ouarzazate já ao inicio da noite e fica-se no Camping Municipal, que como parece que é normal, para os municipais, deixa muito a desejar. De qualquer forma desde que parqueados em segurança e seja possível fazer os serviços da AC, tudo bem. 
  
16/4 Ouarzazate – Marraquexe

Mais uma vez foi uma noite tranquila e todos acordaram com disposição para visitar o Kasbah Taourirt, o mais importante Kasbah de Marrocos. Comprados os bilhetes, logo apareceu um guia par nos acompanhar, isto por 10Dh cada um. Passeio interessante.
Saindo de Ouarzazate ainda cedo, chega-se a Ait-ben-Haddou , cidade que  foi cenário de vários filmes, á hora de almoço, mas como a fome ainda não era muita parte  do grupo ainda foi visitar a Aldeia-museu antes de aconchegar o estomago. Como não funciono sem comer preferi almoçar primeiro. Muito interessante a visita, com o bilhete a dar direito a um chá no final da mesma. No regresso, algumas compras na rua de acesso ao Ksar. Aqui alguns companheiros, negoceiam com sucesso a troca de algumas coisas que levavam, (um relógio de pulso, vinho, cerveja e uma T shirt) um dos lojistas fixou-se nos meus ténis e queria por força negociar a troca dos mesmos, só que eu não estava para ai virado. 
Volta-se para trás para apanhar novamente a N9 de a caminho de Marraquexe atravessando mais uma vez a cordilheira do Alto Atlas até aos 2400 mt de altitude por estrada sinuosa mas de grande beleza. Aqui como um pouco em todo o percurso, o uso dos Walk-Talkies são uma ajuda preciosa porque quem vai na frente, logo que ultrapassa um pesado, vai avisando se há ou não estrada livre para os outros puderem passar. Estrada um pouco imprópria para quem tem vertigens. Ainda apanhei um susto ao cruzar com um pesado numa curva, mas tudo bem!
Quando se chega ao Camping Le Relais de Marraquexe já é noite, e toda a gente está cansada.
 17/4 – 1º Dia de visita a Marraquexe
Com marcação prévia do Táxi para as 10h30, saímos em direcção ao centro de Marraquexe. 60 Dh a viagem para ficar no centro, perto do Complexo Artesanal, mas se for mais 300 metros á frente junto à celebre praça Jemaa-El-Fna já querem 80Dh. Isso não nos foi explicado antes e o nosso negociador não lhes deu hipótese, ficamos junto a Jemaa-El-Fna pelos 60Dh.
Compra-se bilhetes para o Autocarro Turístico (1dia 150 Dh, 2 dias 180 Dh) Com dois, fizemos o mais central ainda antes do almoço. A parte nova de Marraquexe, é uma cidade moderna, ajardinada com boas ruas, avenidas e bons edifícios, que contrasta com a parte antiga cheia de bazars e lojas e restaurantes, principalmente na rua que dá acesso a Jemaa-El-Fna. Para o almoço, há que procurar o restaurante e negociar o preço, porque nós somos 11. Nesta terra tudo se negoceia! Digamos que não almoçamos mal e não pagamos muito. Atravessando Jemaa-El-Fna, desviando do sítio das serpentes, porque tenho aversão a esses bichos, apreciando todo movimento que aqui reina com vendedores e artistas das mais variadas artes, entra-se na Medina. Mística esta Medina; percorre-se as diversas ruas, vai-se ganhando à vontade, negoceia-se, observa-se os artesãos e compra-se algumas coisas. É a segunda Medina que se entra desde o início da viagem, e já temos a impressão já são locais de comércio familiares, por onde se pode circular sem qualquer receio. Á tarde numa esplanada/terrasse, sobranceiro à praça Jemaa-El-Fna, toma-se calmamente um sumo, enquanto esta se vai transformando num recinto com dezenas de restaurantes de messas corridas onde por 40Dh se pode jantar. O jantar foi ai mesmo e até estava bom. Também à noite este é um lugar mítico, e é ao fim da tarde que para aqui convergem centenas de pessoas.
Regressar ao Camping sim, mas evitar os angariadores de clientes para os Táxis porque sai sempre mais caro.
Os meus companheiros têm de regressar a Portugal mas eu mais a minha cara-metade e minha filha, vamos ficar por aqui mais uns dias. 
Fazem-se as despedidas de quem vai sair cedo e vamos ao repouso.

18/4 – 2º dia de visita a Marraquexe

Todos os nossos amigos já saíram em direcção a casa, e nós cá vamos em mais uma viagem de táxi até ao centro, e fazer o percurso B do Autocarro Turístico, que compreende essencialmente o Palmeiral da zona periférica de Marraquexe, onde proliferam as grandes mansões. O Ciber Jardim, junto ao Complexo Artesanal, está muito bem tratado e equipado com terminais de computador para acesso à internet. Original! A modernização vê-se frequentemente, especialmente, com iluminação pública de ultima geração, mesmo nas aldeias mais remotas. Para o regresso ao Camping, lá paguei 100Dh de taxi. O angariador, desta vez foi mais sofisticado! Com um mini táxi Fiat Punto com mais de 20 anos, á espera de clientes junto à praça Jemaa-El-Fna, era o único! Ajustamos o preço. Como nós precisávamos regressar rapidamente, por 100 Dh dei o OK. Andamos 100 metros no Fiat e entregou-nos a outro táxi mais novo, e diz que o carro avariou. Claro que voltou para o mesmo local par angariar mais clientes!
Conviver com este sistema com algum à vontade, exige uma boa aprendizagem!

19/4 – Marraquexe – Sidi Wassay

Até Agadir a viagem foi em Autoestrada, depois pela N1 e ao fim por estradas secundárias até ao Camping Internacional de Sidi Wassay (30o 03.400 N – 09o 41.20 W) Local talvez agradável no verão! Com uma boa piscina, Restaurante e um acesso directo para a praia, numa pequena aldeia com bastantes casas em construção, que é uma constante por todo o lado.

20/4 - Sidi Wassay – Sidi Ifni

Sidi Wassay é uma zona de reserva ecológica, da região de Souss-Massa-Drâa com zonas pantanosas onde abundam várias espécies de aves. Retornamos à N1 até Tiznit, depois pela R104, com almoço em Mirleft. Aqui uma urbanização nova com boas mansões, e um centro de formação e apoio para jovens empresários. Chegamos a Sidi Ifni, o ponto mais a sul que visitamos nesta viagem! A zona é especialmente arborizada pelas árvores de argane, de cujo fruto, que colhido no mês de julho,  depois  seco ao sol, é partido para do seu miolo ser extraído o óleo muito apreciado para a fabricação de sabonetes, produtos de cosmética e também usado como hidratante para a pele. Existem muitas cooperativas femininas de produção de óleo de argane. Perto de Tiznit, compramos alguns produtos num posto de venda do laboratório Derm Argan . Aqui os preços são fixos e tudo está tabelado.

Sidi Ifni é antes do mais uma praia com a parte antiga da povoação a dominar a encosta sobraceira à praia, e 4 parques de campismo especialmente para autocaravanas, com o preço de 65Dh para AC +2 pessoas incluindo Electricidade . O jantar também não foi má, com uma tajine de 1 Kilo de peixe para os três por 120 Dh mais; a agua, o pão e como não podia deixar de ser o chá de menta. Total 176 Dh.

21/4 – Sidi Ifni – Agadir/Taghazoute

O extremo sul de Marrocos, ainda fica a cerca de 1000 Km . Não é desta que lá vamos. Talvez numa próxima. Quem sabe?
Assim vamos iniciar a nossa viagem de regresso a casa.
 Paragem em Tiznit com uma volta pela Medina e compra-se uns bules para o chá, mais uma volta pelo mercado. Fora da Medina esta não é uma cidade muito limpa.
Depois de almoço seguimos viagem. Uma paragem em Agadir junto à praia; virada para sul, onde esplanadas, zona pedonal e hotéis formam um local aprazível de fama internacional. Zona turística inteiramente nova e moderna. O terramoto de 1960 destruiu completamente esta cidade causando 15000 mortos, mas  Agadir é hoje uma cidade com o maior porto de pesca do país e a maior frota de pesca da sardinha.

Taghazout, destino de turismo de pesca, surf, é uma pequena vila 18 Km a NW de Agadir. Penso que é um local a explorar melhor numa próxima visita. Uma das actividades desta zona é a produção de Oleo d´Argane, cujas árvores abundam aqui em grande quantidade. Passamos, e fomos para o Camping Terre d´Ocean, que fica 5 Kms a NW, numa encosta sobranceira ao mar.
 Nada de especial a assinalar.

22/4 – Taghazout – Essaouira

A viagem até Essaouira é calma, numa paragem à sombra de um Argane, uma jovem pastora, vem ter connosco e pede tudo desde roupa, calcado e comida, ajudamos no que podemos, e prometemos a nós próprios que numa próxima viagem, vamos contar com estas pessoas.
Por estas paragens muitas crianças também pedem especialmente canetas, chocolates e rebuçados. Vestuário mesmo usado é sempre também bem recebido.
Chegamos cedo a Essaouira, estacionamos no parque com guarda, junto à praia que no fim nos custou 30 Dh, com direito a passar ai a noite.
Essaouira antiga Mogador que os portugueses tomaram no seculo XVI e onde ainda se vêm a muralha e os canhões, tem a Medina que mais gostamos de visitar, e onde aproveitamos para fazer algumas compras de artesanato. 
Ao fim do dia, uma visita ao porto e o regresso à AC, pensando numa próxima visita a esta cidade acolhedora.


23/4 - Essaouira – Safi – El Jadida

A seguir a Essaouira junto à costa pela R301 grande parte da qual junto à costa, assiste-se a uma paisagem bastante desértica, com uma grande extensão de areal que formam praias praticamente desertas. Perto de Safi, encontra-se uma fábrica de fosfatos, para a agricultura certamente para dar suporte aos pais agrícola.
A ideia era almoçar em Safi matando as saudades de peixe, mas pelos dados que me deram não consegui localizar os restaurantes que ficam à beira mar, até porque a zona estava toda em obras. Acabamos por estacionar quase no centro junto a um restaurante que já tinha umas tajines prontas a sair e calmamente almoçamos por cerca de 50Dh cada.  
De Safi a El Jadida, preferimos seguir pela N1, já que suspeitamos que a R301, tal como aconteceu na parte da manhã, não deve estar muito boa. Uma zona sem nada de especial, onde por vezes à semelhança de outros locais por onde já passamos fazem lembrar os cenários de alguns filmes do Far-West.
Este é mesmo um pais de contrastes!
Chega-se a El Jadida, e para passar a noite, ficamos no pior parque de Campismo que já alguma vez vi, em termos de instalações sanitárias (claro tinha que ser um Camping Municipal). O que vale é que a AC tem tudo o que necessitamos!

24/4 - El jadida – Moulay Bousselhame

A noite acabou por ser tranquila, e custou-nos 70 Dh a estadia. Perguntei para quando uma intervenção para melhorar o Camping, disseram-me que está previsto mas não sabem quando.
Durante a Manhã, visitamos a Cisterna Portuguesa situada dentro das muralhas da cidadela construída pelos portugueses no seculo XVI. Construção que com o espelho de água que tem actualmente, aliado à sua arquitectura se apresenta como um local de rara beleza. A praia de El Jadida é um extenso areal e ao que parece, local de veraneio bastante concorrido.
Por opção seguimos viagem passando ao largo de Casablanca e Rabat, reservando estas duas cidades para a próxima visita. Desde El Jadida, a paisagem é dominada por extensas zonas agrícolas com;  searas, hortícolas e estufas
Chegamos a Moulay Bousselhame  e ficamos no primeiro Camping Complexe Touristique Flamants-Loisirs  Aqui encontramo-nos  com dois casais portugueses que também vinham de regresso a casa, depois de uns dias de férias em Marrocos mais as crianças. Pareceu-nos um local bastante aprazível para umas férias de verão.

25/4 – Moulay Bousselhame – Asilah – Tanger Med – Algeciras

Passamos a última noite desta viagem a Marrocos tranquilamente como sempre. Ao sair do parque ainda demos um giro até junto à praia e deu para apreciar a vista sobre a ria que forma o Parque Natural. Local simpático! De seguida, a caminho ainda foi uma visita à vila de Asilah, que cresceu bastante desde que eu ai estive em 1990. (ai ligava o cabo submarino que, de Burgau, fazia o encaminhamento dos circuito telefónicos para a zona do Mediterrâneo). Dá para recordar com saudade os velhos tempos passados na Estação de Cabos de Burgau.  De notar que a muralha portuguesa e a cidadela no seu interior estão perfeitamente conservadas.
Vamos para porto apanhar o Ferry mas não sem antes atestar o depósito com gasóleo a 93Dh.
Com a ideia de apanhar o Ferry das 13h00 chegamos ao Porto às 12h00 mas aquele já estava completo. Como o das 15h00 era pequeno e não transportava Autocaravanas, embarcamos no das 19h00, que saio de lá às 21h00.


Com pernoita em Palmones/Algeciras, no dia 26 chegamos a casa com vontade de regressar novamente a Marrocos numa viagem um pouco mais demorada e talvez no Inverno. Assim a saúde o permita, já que em termos financeiros como os preços por aqui são baixos, a viagem não fica dispendiosa.

Para você que leu este meu relato de viagem, desejo-lhe: longa vida com saúde, nesta passagem por este mundo e que tenha oportunidade de conhecer um pouco mais dele, fazendo também as suas viagens.


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